quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

São João nosso Padroeiro?

Analisando os Rituais do 1º Grau – Aprendiz Maçom do Escocês Antigo e Aceito praticado no GOB (Grande Oriente do Brasil), GLESP (Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo) e GLRP - Grande Loja Legal de Portugal, encontra-se a menção a “São João, nosso Padroeiro”, porém não existe nenhum comentário nesses Rituais qual São João é esse, exceto em Decreto que será objeto de abordagem a posteriori.

          GOB: - O Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Rito Escocês Antigo e Aceito – Ed. 2009 do GOB, o Ven.’. Mestre na abertura dos trabalhos diz: “À Glória do Gr.’.  Arq.’.  do Univ.’.  e de São João, nosso Padroeiro,...”.

No encerramento Ritualístico o 1º Vig.’. diz: “À Glória do Gr.’.  Arq.’.  do Univ.’.  e de São João, nosso Padroeiro, está fechada a Loja...”. Também vide também menção no Telhamento.

GLESP: - Idem no Ritual do Simbolismo Aprendiz Maçom da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo – “Sereníssima” – Rito Escocês Antigo e Aceito, edição março 2009, 5ª Edição na pag. 17 observa-se “..., em honra a São João, nosso Padroeiro, sob...”, pag. 28 “... em honra a São João, nosso padroeiro, está fechada...”, pag. 108 “...De uma Loja de São João, ...”

e GLRP: - Grande Loja Legal de Portugal “Rito Escocês Antigo e Aceite – Ritual de Aprendiz, junho de 6007 pag. 29 “...desta Respeitável Loja de S. João constituída...”; pags. 40 e 41 “...desta Respeitável Loja de S. João constituída...”

Lembrar que:

Rito: são métodos ou conjunto de graus, organizados com um ou alguns simbolismo, para transmitir ensinamentos e organizar um cerimonial de um culto ou sociedade, são determinados pela autoridade competente.

Na maçonaria pode-se dizer que Rito é um conjunto de normas que regem os trabalhos de uma Loja, quando em reunião regular.

Ritual: é a forma grafada ou não do rito, que descreve, regula, orienta e contem a forma da cerimônia.

Ritualística: é tudo aquilo que é próprio de um ritual e compreende a interpretação coerente dos símbolos, prática continuada dos mistérios, sem perder o fulcro nos princípios, preceitos e proposições.

Se Ritual é a forma grafada ou não do rito, que descreve e regula a forma da cerimônia, deveria ter informações, qual São João é esse adotado pela Maçonaria, na literatura existem mais de 30 (trinta) São João.

Autores maçônicos não tem uma definição especifica sobre os motivos de a maçonaria adotar o termo “Loja de São João”.

A Tradição Maçônica é invocada, levando o interessado ao passado até antes ao Cristianismo.

Sabe-se, que povos anteriores ao cristianismo comemoravam um deus chamado de Jano, que presidia o começo. Jano deus latino de dois rostos, um jovem e outro velho, simbolizando o passado e o futuro, ou seja, o ano que termina e o que começo.

Jano em latim Janus, que é similar ao João ou Johannes. Johannes significa “Graça ou favor de Deus”, significa especialmente o homem iluminado o iniciado.

Os cristão para poderem difundir seus ensinamentos substituíram os antigos nomes por nomes cristãos, muitos até inventados, cita que Bacco foi substituído por São Bacos ou Bajos, Dionísio se transformou em São Denis ou São Dionísio, Jano foi batizado com o nome de São João etc.

Há quem defenda que a Loja de São João deriva das corporações de construtores. Corporações essas iniciadas no século VI aC., com os “Collegiati” em Roma, que mantinham o culto religioso. Sabe-se também que os pedreiros, carpinteiros, canteiros, etc, tinham um santo como seu padroeiro e reuniam-se em igrejas e capelas, em especial as que estavam construindo. Na antiguidade o “Collegia Fabrorum” composto por um Mestre e dois discípulos, espalhado por toda Europa.

Os Franco-Maçons se destacaram, entre as corporações iniciadas no século XII, sob a tutela da Igreja com inúmeros privilégios, com liberdade de circulação. Alguns autores dizem que os Franco-Maçons cultuavam São João Batista, o Precursor ou aquele que preparou o caminho de Jesus, mas que também cultuavam São João Evangelista o Evangelizador.

Varias suposições são feitas, uns defende que Loja de São João é em virtude da comemoração dos Solstícios de inverno e ou verão. Essas comemorações eram pagãs, mas o Catolicismo apropriou-se das comemorações, atribuindo aos seus Santos, exemplo às festas a São João Evangelista e São João Batista, a primeira celebrada no dia 27 de dezembro e a segunda em 24 de junho, solstício de inverno e verão, respectivamente e no hemisfério norte.

Há quem defenda que a expressão Loja de São João representa o nome de toda união ou agrupamento de iniciados, homens iluminados e ou favorecidos espiritualmente. Também admitem que a Maçonaria deu o nome de Loja de São João, tendo em vista os múltiplos sentidos que podem lhe ser atribuídos.

Consideram que o termo “Loja de São João” vem dos antigos maçons ligados ao Gnosticismo, considerado a doutrina secreta e interior da Igreja, sendo São João o Chefe do Gnosticismo, logo era o Patrono dos Construtores.

Existem aqueles que relacionam ao simbolismo na Igreja, onde São Pedro simboliza o “exterior”, já São João simboliza o “interior”.

A Maçonaria teísta, a expressão “Loja de São João” sempre se refere a São João Batista e a São João Evangelista. Lembrar que O Rito Escocês Antigo e Aceito (assim como o Adorinamita) abrem o Livro da Lei no Evangelho de São João, o Evangelho do Espírito, porem algumas obediências substituiu no Rito Escocês Antigo e Aceito, o trecho bíblico, do Evangelho de São João pelo Salmo 133.

Lembrar de que a maçonaria tem a tradição de ser iniciática, ela é ciência da evolução e não da criação.

Muitos acham que São João Batista e São João Evangelista, são Patronos da Maçonaria, tendo em vista que o primeiro é comemorado no dia 24 de junho, data em que a Grande Loja da Inglaterra foi fundada no ano de 1717 e o segundo é comemorado em 27 de dezembro, datas essas que coincidem, ou seja, próximas dos solstícios anuais, porém não se tem definição ou argumentação definitiva, são suposições.

SOLSTÍCIO

substantivo masculino
astr cada uma das duas datas do ano em que o Sol atinge o maior grau de afastamento angular do equador, no seu aparente movimento no céu, e que são 21 ou 23 de junho (solstício de inverno no hemisfério sul e de verão, no hemisfério norte) e 21 ou 23 de dezembro (solstício de verão no hemisfério sul e de inverno, no hemisfério norte).
(https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=solst%C3%ADcio)

Analisando os Regulamentos Gerais da Constituição de Anderson editada em 1723, verifica-se:

Regulamentos Gerais 22

“Todos os Irmãos de todas as Lojas ao redor e em Londres e Westminster deverão ter uma comunicação e celebração anuais em lugar conveniente, no Dia de São João Batista ou no Dia de São João Evangelista, como a Grande Loja ache mais adequado em novo regulamento; tendo nos últimos anos se reunido no Dia de São João Batista: sob condição.”
“A maioria dos Mestres e Vigilantes, juntamente com o Grão-mestre, devem concordar em sua comunicação trimestral, três meses antes, que deverá haver uma festividade e uma comunicação geral de todos os Maçons. Mas se o Grão-mestre, ou a maioria dos Mestres se puser contra, esta deve ser então, cancelada.”

“Mas se deve haver uma festividade para todos os Irmãos, ou não, ainda assim a Grande Loja deve se reunir anualmente em lugar conveniente no Dia de São João, ou se for domingo, então no próximo dia, para que todo ano se escolha um novo Grão-mestre, Adjunto e Grandes Vigilantes.”
  (https://bibliot3ca.wordpress.com/constituicao-de-anderson-texto/)

Porém muitas vezes Decretos mudam a História.

Analisando os Decretos emitidos pelo GOB, quando da publicação dos Rituais relativos aos Ritos praticados no seu seio, tem-se em um de seus artigos o seguinte: “Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação, revogados todos os Manuais de Dinâmica Ritualística e as disposições em contrário”.

A Maçonaria é História e provem da História ou dos usos e costumes, analisando alguns Manuais ou Rituais de Instruções antigos verifica-se:

            - 1974 – GOSP – Ritual e Instruções de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito (editado por A Gazeta Maçônica)

Pag. 33 Após falar da comemoração dos Solstícios, citando São João Batista em 24 de junho e São João Evangelista em 27 de dezembro, tem-se: “Há lembrar, mais, que por Loja de São João deve entender-se uma tríade pelos dois santos e mais o já citado São João de Jerusalém (excluído da liturgia católica). Não há qualquer configuração religiosa nessa tríade. O motivo maçônico é puramente histórico”.

                        Pag. 71 : “... em honra a São João, nosso padroeiro...”,

Seguindo pag. 72 na explicação (7): “Por “São João” deve entender-se a tríade formada por O Batista, o Evangelista e João de Chipre, maçonicamente denominado São João de Jerusalém”.

                        Pag. 75 Notas: “Na iniciação e na abertura da Loja, o versículo da Bíblia a ser lido não é o usual Salmo 132 ou 133”. O REAA exige tradicionalmente o Cap.1, versículos 1 a 5, do Evangelho de São João (“No princípio era o Verbo etc.”).

                        Pag. 136 – Sagração: “... em honra a São João, nosso Padroeiro...”;

                        Pag. 219 – Encerramento: “... e em honra a S. João, está...”.

            - Já no Manual de Dinâmica Ritualística do 1º Grau, REEA, Grande Secretaria de Orientação Ritualística, adm. 1991/1995, do GOSP 2ª impressão da 2ª edição, elaborado pelos RResp.’. Irmãos Cristiano Roque Roll and Portela, Paulo Daniel Monteiro e Álvaro Gomes dos Santos, nada é citado sobre “São João”;

            - O Manual de Dinâmica Ritualística do 1º GRAU APRENDIZ RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO (R.’.E.’.A.’.A.’.), Álvaro Gomes dos Santos Ex- Gr.’.  Secr.’.  Ger.’.  de Orientação Ritualística G.’.O.’.B.’. , Fuad Haddad Ex- Gr.’.  Secr.’.  Ger.’.  Adj.’.  de Orient.’.  Ritualística para o R.’.E.’.A.’.A.’.  G.’.O.’.B.’. , Nilson Alves Garcia Adj.’.  da Gr.’.  Secr.’.  Est.’.  de Orientação Ritualística para o R.’.E.’.A.’.A.’.  Grande Oriente do Estado de Goiás Grão Mestre: Eminente Ir.’.  Oclécio Pereira de Freitas. Elaborado pela Grande Secretaria Geral de Orientação Ritualística e Grande Secretaria Geral Adjunta de Orientação Ritualística para o R.’.E.’.A.’.A.’. nas Normas Gerais de Comportamento Ritualístico tem-se:

                        “46 - Não é permitida a presença de imagens de santos, ou símbolos religiosos, no templo, para não interferir com a crença pessoal dos OObr.’. ; são permitidos, apenas, nos Ritos teístas, os símbolos alusivos ao G.’. A.’. D.’. U.’. , como o Delta Radiante. Errado é, portanto, colocar no Templo, como fazem algumas OOf.’. , imagens de S. João Batista, S. João Evangelista, S. Jorge, etc...”.

Finalmente conclui-se, que existem divergências entre autores maçônicos, sobre o termo “São João, nosso padroeiro”, mas se as Obediências e Lojas seguissem a Constituição de Anderson, em especial os Regulamentos Gerais item 22, até poderia adotar São João Batista, como padroeiro; porém não é isso o previsto, mas sim que os Irmãos devem anualmente se comunicar pelo menos uma vez com a Grande Loja, possivelmente em virtude da distância e dificuldade de locomoção na época. Já quem elaborou o Ritual e Instruções de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, Grande Oriente de São Paulo, ed. A Gazeta Maçônica de 1974, diz que São João é a tríade formada pelos Santos São João Batista, São João Evangelista e São João de Jerusalém.

Mas por DECRETO que não se pode julgar ser certo ou errado, o Sapientíssimo Grão Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Irmão Marcos José da Silva, decretou para alguns Ritos praticados no GOB, que o patrono da Maçonaria Universal é SÃO JOÃO BATISTA, como se pode ver a seguir:

REAA: Hoje segundo o Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Rito Escoces Antigo e Aceito – Ed. 2009 do GOB, pag. 04 – Decreto tem: “Decreto nº 1102, de 15 de maio de 2009, da E.’.  V.’.  ..... Art. 2º É determinada a data de 24 de junho de 2009, Dia de São João Batista, patrono da Maçonaria Universal, para o início da aplicação do Ritual objeto deste Decreto.” Idem no Decreto 1008 (Companheiro) e Decreto 1114 (Mestre). L.’.L.’.  é aberto e lido o SALMO 133;

MODERNO: Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Rito Moderno – Ed. 2009 do GOB, pag. 04 – Decreto tem: “Decreto nº 1100, de 15 de maio de 2009, da E.’.  V.’.  ..... Art. 2º É determinada a data de 24 de junho de 2009, Dia de São João Batista, patrono da Maçonaria Universal, para o início da aplicação do Ritual objeto deste Decreto.” L.’.L.’.  permanece fechado

O Rito Moderno não é DEISTA, nem TEISTA, por não admitir dogmas, porém não é antideísta nem antiteísta, não sendo obviamente POSITIVISTA e muito menos ATEU. No que pese o Livro da Lei em uso nas Lojas Maçônicas brasileiras é a Bíblia, não existe menção a São João em todo o Ritual, inclusive no Telhamento.

ADONHIRAMITA:        Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Rito Adonhiramita – Ed. 2009 do GOB, pag. 04 – Decreto tem: “Decreto nº 1099, de 15 de maio de 2009, da E.’.  V.’.  ..... Art. 2º É determinada a data de 24 de junho de 2009, Dia de São João Batista, patrono da Maçonaria Universal, para o início da aplicação do Ritual objeto deste Decreto.”

            Pag.: 15 – “Para o Rito é relevante e de suma importância ressaltar que toda e qualquer menção a São João, neste Ritual, refere-se a São João Batista, pelos motivos adiante expostos.” Segundo Ritual os esclarecimentos foram obtidos junto ao compêndio RECUEIL PRÉCIEUX DE LA MAÇONNERIE ADONHIRAMITE.

            2.8 – Abertura, 2.8.1- Convite: “...com as formalidades do Rito, a Loj.: de São João, sob o título distintivo....” (pag. 98)

            Pag.102 L.’.L.’. é aberto e lido JOÃO 1, 6-9.

BRASILEIRO: Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Cerimônias Aprovadas do Rito Brasileiro – Ed. 2009 do GOB, pag. 04 – Decreto tem: “Decreto nº 1101, de 15 de maio de 2009, da E.’.  V.’.  ..... Art. 2º É determinada a data de 24 de junho de 2009, Dia de São João Batista, patrono da Maçonaria Universal, pra o início da aplicação do Ritual objeto deste Decreto.” L.’.L.’.  é aberto e le-se o primeiro versículo do SALMO 133.

            Pag.102 “... Em honra ao Supr.: Arq.: do Univ.: e de São João, nosso Padroeiro, está...”

YORK ou EMULAÇÃO: Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Cerimônias Aprovadas do Rito de York (Ritual de Emulação praticado no GOB) – Ed. 2009 do GOB, pag. 04 – Decreto tem: “Decreto nº 1103, de 15 de maio de 2009, da E.’.  V.’.  ..... Art. 2º É determinada a data de 24 de junho de 2009, Dia de São João Batista, patrono da Maçonaria Universal, pra o início da aplicação do Ritual objeto deste Decreto.”

            Analisando a abertura e encerramento dos trabalhos nada consta que mencione São João, somente existe no Decreto acima. Liv.”. SSagr.’. EEscr.’. é aberto ficando no sentido que V.’. M.’. possa ler, porem não é efetuado nenhuma leitura.

SCHRÖDER: Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Rito Schroder – Ed. 2009 do GOB, pag. 04 – Decreto tem: “Decreto nº 1104, de 15 de maio de 2009, da E.’.  V.’.  ..... Art. 2º É determinada a data de 24 de junho de 2009, Dia de São João Batista, patrono da Maçonaria Universal, pra o início da aplicação do Ritual objeto deste Decreto.” L.’.L.’.  ou Biblia permanece fechada no Altar, não é feito nenhuma leitura, somente o Venerável Mestre recita uma Oração constante do Ritual.

RER: Ritual do 1º Grau Aprendiz – Maçom, Rito RER – Ed. 2013 do GOB, pag. 04 – Decreto tem: Decreto nº 1298 de 19 de março de 2013 da E.’.  V.’. , não menciona São João.

No subitem 1.3.1 – Da Decoração da Loja e dos Móveis e Joias necessárias para a Recepção dos Aprendizes: Consta na pag. 20 “Sobre o altar coloca-se um candelabro de ouro de três braços; a Bíblia aberta no I Capítulo do Evangelho de São João,...”, também citado na pag. 38, 62 e citando novamente na iniciação págs. 150 e 151, 153.

No subitem 5.2 - Catecismo ou Instrução por Perguntas e Resposta para o Grau de Aprendiz Maçom, em especial no 5.2.1 – Primeira Seção, é citado pela primeira vez o nome de São João Evangelista, mas antes tem-se:

Pergunta: Como se chama a Loja?
Resposta: Loja de São João e todas tem o mesmo nome.
Pergunta: Porque é que os maçons celebram também a festa de São João Evangelista?
Resposta: Porque ele reuniu os obreiros que estavam dispersos.

GLRP - Grande Loja Legal de Portugal - RITUAL DE APRENDIZ REEA da Grande Loja Legal de Portugal – GLRP, oriente de Portugal, junho 6007, pag. 29 e 41 “...desta Respeitável Loja de S. João, Constituída a Oriente...”    Também inexiste explicação no Ritual.

Cabe aos Irmãos aceitarem ou pesquisarem mais.

Enilson Sanches Martins




Bibliografia

Rituais do 1º Grau citados no corpo do presente.

Lavagnini Aldo (Magister) – Manual do Aprendiz, tradução da 16ª Edição por Juan Ricardo Córdova Rodrigues e Ricardo Salvador Sasso Apu Inti Editora Ltda, copy 1991.

Boucher Jules, A Simbólica Maçônica, editora Pensamento, Tradução de Frederico Ozanm Pessoa de Barros 92 a 97

Camino, Rizzardo da em Reflexões do Aprendiz, Editora Maçônica “A Trolha” Ltda., copy 1992 do autor, 1ª Edição

Caste L.’. L.’. ani, José, Curso Básico de Liturgia e Ritualística, Cadernos de Estudos Maçônicos, Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.

Adoum Jorge, Grau do Aprendiz e seus Mistérios – Esta é a Maçonaria, editora pensamento, edição 12 a 16, anos 93 a 95.


sábado, 28 de novembro de 2015

INSTRUÇÕES GRAU DE APRENDIZ - MÓDULO 04 – RITO, RITUALISTICA e REAA

RITO e RITUALÍSTICA

Breves considerações sobre Rito, Ritual, Ritualística, REEA e demais Ritos praticados no GOB

Rito: são métodos ou conjunto de graus, organizados com um ou alguns simbolismo, para transmitir ensinamentos e organizar um cerimonial de um culto ou sociedade, são determinados pela autoridade competente.

Na maçonaria podemos dizer que Rito é um conjunto de normas que regem os trabalhos de uma Loja, quando em reunião regular.

Entre os principais ritos destacam-se: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito de York ou Rito de Emulação, Rito Escocês Retificado, Rito Francês, havendo outros.

Ritual: é a forma grafada ou não do rito, que descreve, regula, orienta e contem a forma da cerimônia.

Ritualística: é tudo aquilo que é próprio de um ritual e compreende a interpretação coerente dos símbolos, prática continuada dos mistérios, sem perder o fulcro nos princípios, preceitos e proposições.

“Rito é elo entre o profano e o sagrado”.

Devemos lembrar que todo Rito possui:

-forma (do rito)
-dinâmica (do uso dos símbolos)
-ordenação (sequência lógica de eventos)
-significações (conteúdo do rito)
-codificação (simbolismo e chaves)

Para a correta prática Ritualística necessitamos:

- compenetração
- seriedade
- vibração mental positiva
- postura em loja
- correta circulação
- silêncio



RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO - REAA

Nasceu na França, como "O rito dos Stuart, da Inglaterra e da Escócia” - 1649.

Foi anunciado para o mundo maçônico após a criação do primeiro Supremo Conselho em Charleston, Estados Unidos, em 31 de maio de 1801.

Dados principais:

o Rito nasceu no catolicismo e foi aristocratizado;

a origem da cor vermelha no Rito Escocês Antigo e Aceito, vem do vermelho do catolicismo e da nobreza e ou realeza;

o Rito possui Trinta e Três graus,

O Rito consiste em Trinta e Três graus, é dividido em seis corpos, sendo que cada um tem uma Jurisdição apropriada, que são:

Loja Simbólica,

Loja de Perfeição,

Capítulo Rosa Cruz,

Conselho de Kadosh,

Consistório ou Príncipe Sublime ou Mestre do Segredo Real e

Supremo Conselho



RITOS PRATICADOS NO GOB – GRANDE ORIENTE DO BRASIL

1- RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO - REAA

Nasceu na França, como "O rito dos Stuart, da Inglaterra e da Escócia” - 1649
Foi anunciado para o mundo maçônico após a criação do primeiro Supremo Conselho em Charleston, Estados Unidos, em 31 de maio de 1801.

Dados principais:

o Rito nasceu no catolicismo e foi aristocratizado;
a origem da cor vermelha no Rito Escocês Antigo e Aceito, vem do vermelho do catolicismo e da nobreza e ou realeza;
o Rito possui Trinta e Três graus,
O Rito consiste em Trinta e Três graus, é dividido em seis corpos, sendo que cada um tem uma Jurisdição apropriada, que são:
Loja Simbólica,
Loja de Perfeição,
Capítulo Rosa Cruz,
Conselho de Kadosh,
Consistório ou Príncipe Sublime ou Mestre do Segredo Real e
Supremo Conselho



Fonte: Foto internet vários sites


2 - RITO MODERNO:

Segundo Ritual 1º Grau Aprendiz Maçom: Após 1717 com a fundação da Grande Loja de Londres, tem-se que a Ordem Maçônica expandiu rapidamente na Inglaterra e na Escócia, expandindo para o continente europeu.
A Maçonaria foi introduzida na Franca em 1725, primeira Loja foi a São Tomás, por intermédio do Irmão Charles Radclyffe. Em 1728 veio a ser a Grande Loja de França, posteriormente a partir de 1771 houve uma reorganização, culminando em 1773 com a formação do Grande Oriente de França, tendo como Grão Mestre o Duque de Chartres - Louis Philippe Joseph d´Ornéans.
Em 1761 foi criado o Rito que ficou conhecido com o nome de Rito Francês ou Moderno, sendo que na sua fundação tinha apenas os Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, adotou as Constituições de Anderson de 1723.
Diante da paixão pelos altos graus, pressão de irmãos, o Grande Oriente de França tentando harmonizar, instituiu após a Assembleia de 27 de dezembro de 1773, a primeira comissão para a redação de um regulamento dos Altos Graus, porem foi paralisada e somente retornando uma segunda comissão em 24 de março de 1776, comissão essa também não conseguiu terminar seus trabalhos. Por fim em 18 de janeiro de 1782 foi instalado uma Câmara de Graus, concluindo em 1784ª reforma proposta, aprovando Regulamentos e Estatutos do Grande Capítulo Geral da França, responsável pela ordenação do Rito no seio do Grande Oriente de França.
Ficou estabelecido:
      Graus Simbólicos:
                  1º Grau – Aprendiz
                  2º Grau – Companheiro
                  3º Grau – Mestre
      Graus Filosóficos ou de Sapiência
                  1ª Ordem – Grau 4º - Eleito Secreto
                  2ª Ordem – Grau 5º - Eleito Escocês
                  3ª Ordem – Grau 6º - Cavaleiro do Oriente ou da Espada
                  4ª Ordem – Grau 7º - Cavaleiro Roza-Cruz
NOTA: Atualmente no Brasil o Rito adota a 5ª Ordem com o Grau 8º - Cavaleiro da Águia Branca e Preta ou Kadosh Filosófico (Inspetor do Rito) e Grau 9º - Cavaleiro da Sapiência (Grande Inspetor).
O Rito Moderno fruto da Maçonaria Francesa é de tendência humanística, entende que o Maçom deve ter liberdade de pensamento, trabalhar para o bem estar social e econômico do cidadão, defender os direitos do homem, melhor distribuição de renda, não considera a Maçonaria como uma Ordem Mística, é imparcial ou neutro quanto à exigência na crença de Deus ou Ente Supremo, não admite a limitação do alcance da razão, desaprova o dogmatismo e imposições ideológicas, propugna pela busca da Verdade, sendo contrario a qualquer espécie de discriminação.
USO DO LIVRO DA LEI: no item “Disposição e Decoração do Templo”, tem-se que: “Sobre esta mesa devem se encontrar: um candelabro... , bem como o Livro da Lei, que estará em posição simétrica à do Venerável Mestre...” (pag.27); “O Livro da Lei em uso nas Lojas Maçônicas brasileiras é a Bíblia. No entanto, o Iniciando ou o Maçom tem o direito de prestar os Compromissos que a Ordem exige diante do Livro que retrate sua crença pessoal. Sua presença é obrigatória nas Lojas que praticam o Rito Moderno, sendo que durante os trabalhos permanecerá fechado, em respeito às convicções religiosas que cada Irmão possa ter em particular.” (pag.31)

3 - RITO ADONHIRAMITA:

Segundo Ritual 1º Grau Aprendiz Maçom: Ritual foi elaborado com base no “RECUEIL PRÉCIEUX DE LA MAÇONNERIE ADONHIRAMITE” de 1787; porém não encontrei história do Rito, sendo necessário buscar dados na “LITERATURA DISPONIVEL”.
Na literatura temos que o Rito Adonhiramita existia antes de 1616 com 7 Graus, mas foi reformulado pelo Barão Theodoro de Tschoudy, existem várias controvérsias entre os escritores e pesquisadores maçônicos, sendo que alguns atribuem a Louis Guilherman de San Victor, porém é considerado por muitos a nível internacional como irregular, pelo fato de modificar a Lenda do Grau 3, visto que no Rito é considerado que o responsável pela construção do Templo de Salomão foi Adonhiram e não Hiram.
É um Rito histórico e tradicional, essencialmente metafísico, esotérico e místico. Tem por base teológica os mistérios egípcios, a volta dos judeus do cativeiro e as verdades bíblicas reveladas no Antigo e Novo Testamento, em especial o que se refere a construção do Templo de Salomão e às origens do Cristianismo.
O Rito chegou em 1815 no Brasil através de Portugal, especificamente em 15 de novembro quando da fundação da Loja Comercio e Artes, sob os auspícios do Grande Oriente Lusitano.
Em 30 de março de 1818 por determinação de Dom João VI foi decretado o fechamento das Lojas Maçônicas do Brasil e Portugal, tendo em vista estarem envolvidas com a Revolução Pernambucana e Revolução Portuguesa.
A Loja Comércio e Artes da Idade do Ouro restabeleceu as colunas no Rito Adonhiramita, em de 02 julho de 1821, que em conjunto com as Lojas Esperança de Niterói e União e Tranquilidade, fundaram em 17 de junho de 1822 o Grande Oriente Brasílico. Após sua fundação necessitou-se mudar na Constituição para o Rito Moderno, assim seria mais fácil o reconhecimento pela Inglaterra, porem continuaram a trabalhar no Rito Adonhiramita até seu fechamento em 25 de outubro de 1821 por ordem Imperador do Brasil e Grão Mestre da Ordem, voltando às atividades somente em 1831.
O Grande Oriente do Brasil tornou-se Potência Simbólica em 1951, governando somente os três primeiros Graus.
A partir de 1953 houve uma reorganização do Grande Capítulo do Rito, que passou a ser o Muito Poderoso e Sublime Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil. No ano de 1973 comemorando os 100 anos de criação do Grande Capítulo Noaquita no GOB, ocorreu uma reestruturação administrativa e de graduação no rito, visto que na atualidade estava sendo praticado somente no Brasil, em 02 de junho de 1973 mudou-se o nome para Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, tendo como Grande Patriarca Regente o Grande Inspetor Ayton de Menezes e foram adotados 33 Graus, incorporando os rituais reescritos por Tschoudy.
Algumas características
- Uso de luvas branca, símbolo da candura que reina na alma do homem de bem e a pureza de seus atos, de coração e intenções.
- Gravatas branca associada à paz e guarda a sua origem na aristocracia  francesa.
- A aberturado L.’. da L.’. é no Evangelho de São João.
- Mestres usam chapéus em todos os Graus do Simbolismo.
Rito Adonhiramita é consagrado a Adonhiram, mas ao pesquisar na internet:
“Adonirão  -  [(Meu) Senhor É Alto (Exaltado)]  - Um príncipe, hábil administrador, e filho de Abda. Adonirão serviu como superintendente dos recrutados para trabalho forçado durante os reinados de Davi, de Salomão e de Roboão, desempenhando um papel importante nos muitos projetos de construção de Salomão. Mais tarde, quando as dez tribos se revoltaram contra as ordens duras de Roboão em Siquém, em 997 AEC, o rei mandou este recrutador para impor ao povo trabalho forçado, mas “atiraram pedras nele, de modo que morreu”. (2Cr 10:18) Ele é variadamente chamado de Adonirão (1Rs 4:6; 5:14), e de Adorão. — 2Sa 20:24; 1Rs 12:18; 2Cr 10:18.”
Ou
“Adonirão (I Reis 4:6; I Reis 5:14; em hebraico  "meu Senhor exaltou"; forma alternativa Adoram, "o Senhor exaltou), filho de Abda, é um personagem bíblico do Velho Testamento, coletor de impostos do rei Reoboão. De acordo com o Tanakh, estava "acima do tributo", isto é, dos impostos ou do trabalho forçado. Foi apedrejado até a morte pelo povo de Israel, para onde fora coletar os impostos (I Reis 12:18).”
“Adonirão aparece em rituais da maçonaria. A Bíblia menciona também que ele teria sido um dos oficiais de Salomão, após o mesmo ser constituído rei, designado como superintendente dos trabalhadores braçais (I Reis 4:6), e que foi enviado para dirigir uma equipe de trabalhadores até o Líbano (I Reis 5:14) buscar cedro junto com os servos de Hirão, rei de Tiro (I Reis 5:6). A madeira seria usada na construção do templo de Salomão (I Reis 5:13, 14).”


Muitos acreditam que Adonhiram, ou Hiram composto com o pré-nome “Adon” (dominus), usado pelos hebreus ao falar de Deus, sendo esse nome agregado a palavra Hiram, temos Adonhiram, que significa “o consagrado ao Senhor”, “o bom Senhor” ou “o divino Hiram”, originando o titulo de Maçonaria Adonhiramita. Mas será que Adonhiram e Hiram (Hirão) são a mesma pessoa?. Segundo a Bíblia não, portanto é um objeto a ser exaustivamente pesquisado.


4 - RITO BRASILEIRO:

Segundo o Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom :  
“O Rito Brasileiro é teísta, afirma a crença em um Deus Criador. Proclama a Glória do Supremo Arquiteto do Universo e a Fraternidade dos homens, filhos do mesmo Pai. Acata os Landmarques inseridos na Constituição do Grande Oriente do Brasil e dos demais princípios tradicionais da maçonaria. Nas Lojas Simbólicas do Rito estarão sempre presente as três Luzes: o Livro da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso.”
“O Rito Brasileiro compõe-se de maçons antigos, Livres e Aceitos e considera essenciais ao Quadro a assiduidade às sessões e a disciplina livremente consentida. A base do rito é a maçonaria simbólica de São João (Maçonaria Azul).”
Considerando nada existir no Ritual sobre a origem do Rito Brasileiro necessário se faz uma busca de informações na “Literatura”, com base principal a “História” constante do http://www.ritobrasileirogob.com.br/portal/ do SUPREMO CONCLVE DO BRASIL – RITO BRASILEIRO DE MAÇONS LIVRES ANTIGOS E ACEITOS.



5 - RITO DE YORK ou EMULAÇÃO:

Segundo o Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom temos:
No GOB o Rito de York segue estritamente as práticas inglesas. O nome Emulação ou Emulation decorre da Loja Emulação de Desenvolvimento – Emulation Lodge of improvement, originada em 20/10/1823 e se reúne semanalmente em Londres todas quartas feiras de outubro a junho.
O nome Rito de York foi definitivamente utilizado no Brasil em especial no GOB, após o tratado de 1912 entre o GOB e a Grande Loja Unida da Inglaterra (URGLE).
No GOB a forma de identificação “Rito de York”, tem origem na extinção do Grande Oriente dos Beneditinos, absorvidos em 1883, sendo que existiam Lojas que trabalhavam nesse Rito com base norte americana.
O Rito de York, na Inglaterra, não possui graus filosóficos. Apenas uma extensão do terceiro grau que não se constitui num grau. Esta extensão do terceiro grau, praticada pelos Capítulos ingleses, denominase, Real Arco ou Arco Real. Nos EUA, ele é constituído pelos 3 graus simbólicos e 4 graus filosóficos. Estas não são as únicas diferenças.
No Brasil, as lojas maçônicas federadas ao Grande Oriente do Brasil adotam a linha inglesa, o Rito de York e o ritual de Emulação [Emulation Ritual]. Entretanto, existem muitas lojas ligadas a outras obediências que praticam o "iorques", uma mistura entre o Rito de York e o Escocês que acaba resultando numa verdadeira barbárie ritualística.

Na Literatura encontra-se:
Segundo autores o Rito de York é realmente um Rito, enquanto que o Emulation Ritual é um ritual, dizem que o Rito de York se abriga em torno de sete tipos de rituais que muito se assemelham entre si cujas práticas variam de acordo com as regiões na Inglaterra. São eles: o Emulation, o Logic, o Taylor’s; o Alfaiate; o Bristol, o Stability e o West End.
Rito de York por meio de seus procedimentos ritualísticos é o mais próximo da maçonaria operativa, anterior a 1717. O Rito de York, na Inglaterra, não possui graus filosóficos. Tem apenas uma extensão do terceiro grau que não se constitui num grau, ou seja o Real Arco ou Arco Real. Nos EUA, ele é constituído pelos 3 graus simbólicos e 4 graus filosóficos.
O avental de Aprendiz é todo branco e deve manterse de abeta abaixada. O de Companheiro é branco com duas rosetas azuis nos ângulos de baixo. O de Mestre é branco, orlado e na parte inferior com fita azul celeste de no máximo cinco centímetros. 
Os cargos eletivos são: o Venerável Mestre, o Tesoureiro e Guarda Externo. O demais cargos serão nomeados pelo Venerável Mestre (Mestre da Loja).
Existe apenas um Livro de Atas. Se uma Loja realizar uma Sessão de Mestre, ela terá que automaticamente ser aberta no grau de Aprendiz, passar para o grau de Companheiro e a seguir para grau de Mestre. Uma vez, havendo o procedimento no grau de Mestre, a sessão voltará para uma sessão de Companheiro e finalmente para Aprendiz. Como a Ata é para Sessão ritualística, não há registro de assuntos secretos. 
O Volume das Sagradas Escrituras na Inglaterra é a Bíblia. Não existem outros livros sagrados no Rito o qual é teísta feito tão somente para a Maçonaria de irmãos cristãos. Entretanto, como a GrãBretanha é constituída pelo Commonwealth (Comunidade Britânica) que atualmente congrega cinquenta e oito países, é lógico que por Volume da Lei Sagrada, os ingleses povo muito politizado toleram o livro sagrado da religião de cada país. 
(existem mais informações que devem ser buscadas para melhor entendimento)

6 - RITO SCHRÖDER:

Segundo o Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom temos: 
Antigamente não haviam rituais escritos, as práticas ritualísticas eram diversas, diante disso no Congresso de Wilhelmsbad ocorrido em 1782, surgiu na Alemanha a iniciativa de elaborar um novo ritual, eliminando os erros e dúvidas quanto o que era correto. Em 1783 foi organizada uma Comissão para reerguer a Maçonaria nos moldes de sua origem Inglesa, sendo que em 1788 o Irmão Friedrich Ludwig Schröder foi convidado para integrar esta comissão, quando reuniu rituais antigos. Após contato com o Irmão Fessler em Berlin, que também estava reunindo materiais e memorias sobre a maçonaria, solicitou ao Irmão August von Grafe, para que de memória elaborasse material adotado pelas Lojas de Londres.
Já em agosto de 1790 a comissão composta de 12 irmãos, com a presença de Schroder, apresentar os documentos reunidos com base os Usos e Costumes, montando novo ritual, que foi apresentado ao Grão-Mestre Provincial, Irmão von Exter, que não aceitou o texto.
Considerando o falecimento do Grão-Mestre Provincial o Irmão von Exter em 12/04/1799, abriu caminho para a elaboração do novo ritual, que foi aproado em 29/06/1801, na Assembleia Geral dos Veneráveis Mestres da Grande Loja Provincial da Baixa Saxônia e Hamburgo quando, já sob o malhete do G. M. Friedrich Ludwig Schröder, o texto foi oficialmente aprovado, mas já teve revisão em outono de 1816, após nova revisão feita por Schröder, foi impresso o manuscrito final.
Novamente revisado em 1853, 1960, 1992, e finalmente em 2005.
“Com base nos resultados obtidos de suas pesquisas ele escreveu um ritual maçónico focado no que dizia serem as essências da fraternidade:  "A tolerância, e o pensamento humano". Este é um dos ritos mais autênticos que formam os três primeiros graus simbólicos, pois a maçonaria de fato é formada pelos três primeiros graus.
1 - Aprendiz
2 - Companheiro
3 - Mestre
Friedrich dizia em uma de sua frases: "Com o Mestre o círculo completo", aqui ele queria dizer que a maçonaria possuía apenas os três graus azuis, e os demais graus anexos ao de "mestre" fazem parte de um corpo auxiliar igualmente as ordens para-maçónicas, da qual o maçom permanecem nestes autos graus adicionais com o mesmo nível de "mestre" da loja simbólica.” 

  

7 - RER – Rito Escocês Retificado

Segundo o Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom:
“R.’.E.’.R.’. sistema maçônico e cavalheiresco cristão denominado Regime Escocês Retificado foi constituído na França no terceiro quarto do século XVIII. Muitos influíram na sua criação, como Von Hundt Charles de Hesse, Ferdinand de Brunswick, Jean de Turkheim, Saint-Martin, Mesmer, Martinets de Pasqullys, etc. Mas foi sem dúvida o gênio Jean-Baptiste Willermoz quem estruturou e conduziu tudo até o seu final.”
É anterior a 1767, segundo historiadores originado em 1756, mas consolidado em 1778, no convento de Lyon e reafirmado no Convento de Wilhemsbad em 1782.
O termo “Retificado” não é de correção, mas sim originário na Estrita Observância Templaria e nas Lojas Escocesas que foram retificadas em Dresde na Alemanha.
Jean-Baptiste Willermoz o Rito amalgamou três fortes tendências da época:
1) a maçonaria existente na França na sua vertente mais significativa – o Escossismo (este Escossismo daria origem na França ao Rito Francês ou Moderno, com três graus simbólicos e quatros altos graus);
2) as doutrinas dos Elus Cohens (Ordem não maçônica constituída por maçons) do Sistema de Martinetz de Pasquallys;
3) o sistema da Estrita Observância Templária do Barão Karl Gothelf von Hund, também apelidada de Maçonaria Retificada (reforma de Dresde), sistema alemão em que a vertente cavalheiresca se sobrepunha à maçônica e se reclamava de não herdeira, mas de Informações sobre o Rito Escocês Retificado a Maçons convidados a participar do R.E.R.
O RER tem 3 graus simbólicos e 3 graus filosóficos, sendo um rito fundamentalmente Joanista, ligado a mensagem de Amor e Tolerância do Novo Testamento, sem detrimento da Justiçaa vinculada pelo Antigo Testamento.
O RER (Rito Escocês Retificado) possui classes e graus, é dividido em três classes: Lojas Azuis ou de São João, Lojas Verdes ou de Santo André e a Ordem Interior.
Lojas Azuis onde existem os três graus iniciais do simbolismo: Aprendiz, Companheiro e Mestre, que possuem semelhança com os dos outros Ritos da Maçonaria Simbólica. Obreiros, além de avental e luvas, usam todos, uma espada e um chapéu triangular, só a partir do grau de Mestre se possam cobrir.
Lojas Azuis são administradas por uma Potência Simbólica, ou seja, subordinada a uma Grande Loja ou a um Grande Oriente.
Lojas Verdes é onde se confere o último grau, o de Mestre Escocês de Santo André, para o RER a inexistência desse grau, a maçonaria ficaria incompleta.
Ordem Interna tem-se os graus de Escudeiro Noviço e Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa. A Ordem não é discreta, mas sim é uma Ordem realmente secreta.

HISTÓRICO NO BRASIL

Teve inicio sob o amparo do Grande Priorado Independente da Lusitânia que outorgou as Cartas Constitutivas das primeiras Lojas de Santo André e logo das primeiras Prefeituras. Destaque-se, a Loja “Cavaleiros Unidos do Sul”, oriente de Camboriú, fundada em 23/07/2007, várias outras foram fundadas posteriormente.

FILOSOFIA DO RITO

Como dito o RER segue as regras ditadas nos Conventos de Lyon e Wilhemsband, é um rito puro tendo em vista nada haver mudado desde sua criação, para muitos é o Rito mais próximo da Maçonaria Operativa.
É um Rito cavalheiresco cristão, aprofunda o estudo e prática da doutrina esotérica cristã e adere aos princípios e tradições maçônicas ou cavalheirescas.
A reconstrução interior do homem, pela fé e a prática das virtudes cristãs são as bases dos quatros primeiros graus do Rito. Já o quarto grau que completa iniciação maçônica, é dado ao novo Mestre Escocês de Santo André tudo o que pode contemplar até alcançar sua reintegração na Jerusalém Celeste.
A Ordem Interior ou altos graus tem duas etapas a preparatória ou do Escudeiro Noviço, para poder tornar-se um Cavaleiro e a segunda ou a do Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa, com o dever de trabalhar ativamente no mundo, pondo em prática todos os ensinamentos morais, religiosos e doutrinários recebidos, nunca se esquecendo da beneficência.