MÓDULO 08
RITO, RITUALÍSTICA, RITOS, DEÍSMO E TEÍSMO
No
MÓDULO 03 já vimos os conceitos de RITO, RITUAL e RITUALÍSTICA,
relembrando temos:
Rito: são métodos ou conjunto de graus,
organizados com um ou alguns simbolismos, para transmitir ensinamentos e
organizar um cerimonial de um culto ou sociedade, são determinados pela
autoridade competente;
Na maçonaria podemos dizer que Rito é um conjunto de normas que
regem os trabalhos de uma Loja, quando em reunião regular.
Ritual: é a forma grafada ou não do rito,
que descreve, regula, orienta e contem a forma da cerimônia;
Ritualística: é tudo aquilo que é próprio de um
ritual e compreende a interpretação coerente dos símbolos, prática continuada
dos mistérios, sem perder o fulcro nos princípios, preceitos e proposições.
forma
(do rito)
dinâmica
(do uso dos símbolos)
ordenação
(sequência lógica de eventos)
significações (conteúdo do rito)
codificação (simbolismo e chaves)
Para
a correta prática Ritualística necessitamos: compenetração, seriedade, vibração mental positiva, postura em loja, correta circulação, silêncio.
No
mundo existem mais de 250 Ritos, atualmente são praticados aproximadamente 50,
se destacam: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito de York ou Rito de Emulação,
Rito Escocês Retificado, Rito Francês, havendo outros.
Entre
1356 a 1740, existia somente um rito ou sistema de cerimônias e praticas que
normatizava as reuniões maçônicas; já após 1740 surgiram diversos Ritos,
especialmente na Europa. Mas para evitar heresias, um Rito deve obedecer
algumas exigências, tal como, o símbolo do Grande Arquiteto do Universo, o
Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso sobre o altar dos juramentos, sinais,
toques, palavras e a divisão da Maçonaria Simbólica em três graus.
RITOS PRATICADOS NO BRASIL
Os
mais praticados alguns deles reconhecidos e praticados internacionalmente e
outros com valor apenas regional são:
Rito Schröeder ou Alemão (pouco
praticado no Brasil),
Rito Moderno ou Francês,
Rito de Emulação ou York (mais
praticado no mundo),
Rito Adonhiramita,
Rito Brasileiro e
Rito Escocês Antigo e Aceito (mais
praticado no Brasil)
Rito Escocês Antigo e Aceito
Retificado;
O RITO SCHRÖEDER: criado na Alemanha é um rito muito,
possui os três graus simbólicos, não possui os Altos Graus, trabalha semelhante
o rito de York. No Rito Schröeder a expressão “Grande Arquiteto do Universo” é
usada no plural – “Grande Arquiteto dos Universos (GADDUU)".
O RITO MODERNO: criado em 1761, foi reconhecido pelo
Grande Oriente da França em 1773. Desde 1786, em virtude de reforma, estabelece
os sete graus do diferenciado dos Altos Graus existentes na época. No GOB foi
instituído em 1822, isso é antes do Rito Escocês que somente foi introduzido em
1832.
Em
1817 ocorreu reforma doutrinaria, que suprimiu a obrigatoriedade da crença em
Deus e da imortalidade da alma, não um ateísmo, mas sim respeito à liberdade
religiosa e de consciência, já que as concepções religiosas de uma pessoa devem
ser de foro intimo, não devendo ser impostas.
Esse
procedimento promoveu uma cisão entre Grande Oriente da França e Grande Loja
Unida da Inglaterra, visto que o primeiro acolheu a reforma, pois queria demonstrar
com isso o máximo de escrúpulos para com os seus filiados, rejeitando toda e
qualquer afirmação dogmática.
O RITO YORK: foi criado por volta de 1743,
levado para a Inglaterra em meados de 1777, era composto de quatro graus,
possuindo hoje 13 graus e é o mais difundido no mundo. No Brasil o Rito de York
segue as praticam inglesas, sendo que suas cerimônias tradicionais recebem o
nome de Emulation working, portanto também chamado de Rito de Emulação. No
inicio teve pouca influencia na Inglaterra, visto que as Lojas continuavam a
respeitar as antigas obrigações, havia uma distinção entre “Antigos” e
“Modernos”, sendo que os primeiros censuravam os outros, em virtude da
descristianização dos rituais, a omissão das orações e da comemoração dos dias
santos, que contrariava os mandamentos da Santa Igreja, em especial a
Anglicana). A partir de 1813, após a fusão das duas Grandes Lojas fundiram-se
formando a Grande Loja Unida da Inglaterra, que adotava o Rito dos Antigos de
York. O Rito de York, por ser teísta, está mais ligado aos países onde os
cultos evangélicos predominam, pois o clero desses cultos tem dado à Maçonaria
o apoio e o suporte necessário para a sua evolução e crescimento.
O RITO ADONHIRAMITA: nasceu de uma polêmica entre
ritualistas em torno de Hiram Abif, chamado de ADON-HIRAM (Senhor Hiram) e
ADONHIRAM, o preposto das corvéias, depois da construção do Templo de
Jerusalém, de acordo com os textos bíblicos. O rito, depois de uma época de grande
difusão, acabou desaparecendo.
Todavia,
no Brasil (onde foi o primeiro rito praticado), ele permaneceu, fazendo com que
o país seja hoje o centro do rito, que teve seus graus aumentados de treze para
trinta e três. O Rito Adonhiramita é deísta.
O RITO BRASILEIRO: criado em 1878, em Pernambuco,
porem somente tornou-se oficial, quando o Grão-Mestre do Grande Oriente do
Brasil, Lauro Sodré aprovou o seu reconhecimento, através do Decreto nº. 500 de
23/12/1914. Desapareceu posteriormente, ressurgindo finalmente em 19/03/1968
conforme Decreto nº. 2.080, que renovava os objetivos do Ato nº. 1617 de 3 de
agosto de 1940, como o marco inicial da efetiva implantação do Rito Brasileiro.
A partir daí, o rito teve grande crescimento no país.
O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO: nasceu em França por volta de 1649,
quando Henriqueta de França, aceitou do Rei Luís XIV asilo em
Saint-Germain-en-Laye. Consta que Carlos II, ao se preparar para recuperar o
trono, criou um regimento chamado de Guardas Irlandeses, em 1661. Esse regimento
possuía uma Loja, cuja constituição dataria de 25 de março de 1688 e que foi a
única Loja do século XVII cujos vestígios ainda existem, embora os stuartistas
católicos devam ter criado outras Lojas.
O
termo “escocês”, já a partir daquela época, não designava mais uma
nacionalidade, mas o partido dos seguidores dos Stuarts, escoceses em sua
maioria.
Assim,
após a criação da Grande Loja de Londres, em 1717, existiam na França dois
ramos maçônicos: a Maçonaria escocesa e stuartista, ainda com Lojas livres, e a
inglesa com Lojas ligadas à Grande Loja. A Maçonaria escocesa, mais pujante,
resolveu, em 1735, escolher um Grão-Mestre, adotando o regime obediencial, o
que levaria à fundação da Grande Loja da França (Grande Oriente de 1772),
embora esta designação só apareça em 1765.
O escocesismo, na realidade, só se concretizou com a introdução daquilo que
seria a sua característica máxima, os Altos Graus, através de uma entidade
denominada “Conselhos dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”. Este Conselho
criou o Rito de Héredom, com 25 graus, o qual, incorporado ao escocesismo,
deu origem a uma escala de 33 graus, concretizada do primeiro Supremo Conselho
do Rito em todo mundo. O REAA, por ter sido um rito deísta, não foi
unanimemente aceito nos países onde predominavam as Igrejas Evangélicas e
vicejou mais nos países latinos onde predomina o Catolicismo.
É
necessário explicar que atualmente o caráter deísta do Rito Escocês Antigo e
Aceito misturou-se ao teísmo, sendo que este acabou sendo predominante. O REAA
tem o mesmo forte caráter teísta do Rito de York.
Rito Escocês Antigo e Aceito
Retificado: ARLS
Jerusalém Celeste – 4186; Jurisdicionada ao Grande Oriente de São Paulo – GOSP;
Federada ao Grande Oriente do Brasil – GOB; no Rito Escocês Retificado – RER; O
Irmão Reverendo Cavaleiro BAI Sérgio Grosso; foi instalado na ARLS Jerusalém
Celeste - 4186 do RER na sessão realizada no dia 30/08/2012;
DEÍSMO e TEÍSMO
“DEÍSMO é a crença em Deus considerando
somente o que é natural e racional.”
“Rejeita
a revelação sobrenatural e os elementos sobrenaturais na religião. Muitos
“livres pensadores” da França, nos séculos XVI e XVII foram classificados como
“deístas””.
É
um erro grosseiro dizer que eles tiveram grande influencia na Franco maçonaria
naquele período. Os Princípios e as Doutrinas da Franco maçonaria repudiam o
Deísmo. “Maçons são Teístas; eles acreditam num Deus verdadeiro e ativo; eles
reconhecem suas revelações sobrenaturais de Si mesmo e de seus desejos e os
elementos sobrenaturais na verdadeira religião.”
“TEÍSMO é a doutrina de um Deus, eterno,
auto suficiente, onisciente, onipotente, impregnando toda a Criação, criador,
preservador, protetor e benfeitor de todas as coisas e do Homem.
É
nesse Deus que os maçons confessam a sua Fé e Crença, e reconhecem as
revelações desse Deus. “É o oposto do Ateísmo – doutrina na qual não há um
Deus, ou do Politeísmo – a doutrina na qual há muitos deuses, e do Deísmo –
descrito acima e do Panteísmo – doutrina na qual toda natureza é Deus e Deus é
toda natureza.”
“Comentários:
na verdade, em 1717, na união das quatro Lojas em Londres, dando início à
Maçonaria Especulativa que praticamos hoje, a tendência era mais para o Deísmo
do que para o Teísmo. Isso, talvez, mais por receio ou prevenção, pois a
Inglaterra estava passando por mudanças radicais em sua Monarquia e a religião
dominante variava conforme o Monarca eleito.”
Quando
do lançamento das Constituições de Anderson, um reverendo presbiteriano, em
1723, a Maçonaria estava em “cima do muro”. Somente em 1738, quando ocorreu a
primeira revisão dessa Constituição, muita coisa já tinha sido definido e
houve, realmente, uma tendência para o Teísmo.” - M.:I.:
Alfério Di Giaimo Neto DE PILULA MAÇÔNICA Nº 138
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